NOTA DE PESAR: IDOSO SEQUESTRADO E MORTO EM SÃO BERNARDO TINHA COMPLETADO 80 ANOS NESTE DOMINGO
O idoso Cláudio Chericoni, um taxista de São Bernardo, foi sequestrado e morreu na madrugada desta terça-feira (10/12). A vítima tinha completado 80 anos neste domingo (08/12).
De acordo com o Boletim de Ocorrência, por volta de 23h desta segunda-feira, familiares acharam estranho o fato de Cláudio não ter voltado para casa no horário de costume. Eles ligaram para o celular dele, mas quem atendeu foi um indivíduo que exigiu um PIX de R$ 5 mil para libertar a vítima.
No entanto, por volta da 1h15, policiais militares localizaram a vítima caída em via pública, já em óbito e com ferimentos provocados por objeto cortante.
O veículo Sandero da vítima foi encontrado incendiado na rua Iracema, na Vila Balneária.
Um frentista foi preso porque emprestou a conta dele para o depósito. Ele informou aos policiais que estava trabalhando quando um indivíduo, posteriormente identificado como Wellington Vieira da Silva, chegou ao local perguntando se ele poderia fazer um PIX para ele no valor de R$ 1 mil e pegar o valor em espécie, pagando a ele uma comissão no valor de R$ 50,00.
O frentista concordou com a transação, mas tinha apenas R$ 400 em espécie para dar a Wellington. Após entregar para ele um sinal de R$ 50, pegou o telefone celular que Wellington tinha em mãos como garantia até que ele realizasse o PIX com o valor completo. Após esse fato, Wellington teria ficado alterado.
Segundo o BO, enquanto estava segurando o aparelho, o celular teria tocado. Ao atender o telefone, a pessoa do outro lado da linha identificou-se como sendo filha do proprietário do aparelho e lhe disse que seu pai estava sequestrado. Nesse momento, o frentista afirma que orientou a mulher a acionar a polícia, pois o sequestrador do pai dela estava no posto de gasolina.
Wellington Vieira da Silva estava no local quando os policiais militares chegaram ao posto de gasolina e tentou fugir. Ele foi abordado, e em sua posse foram encontrados três pedaços de papel com anotações de números de telefones celulares. Ao ser questionado sobre o que fazia no local, alegou que estava apenas tomando uma cerveja e declarou que nada sabia a respeito da vítima ou do telefone celular apresentado pelo frentista.
Diante dos fatos, todos foram conduzidos à delegacia de polícia. Na delegacia, a filha da vítima informou que o pai era taxista e que saiu de casa por volta das 7h, mas não retornou no horário de costume. Por volta das 23h, ao tomar conhecimento de que o pai ainda não tinha voltado para casa, começou a ligar para o telefone celular dele. Em determinado momento, o pai atendeu o telefone, mas, em seguida, passou para um outro indivíduo, que informou que estava em poder de seu pai e queria R$ 5 mil para libertá-lo. O indivíduo passou um número de PIX, que era um telefone celular, e a orientou a fazer um depósito.
A todo tempo, o homem dizia que iria tirar a vida da vítima caso ela não fizesse o pagamento. Enquanto mantinha essas conversas com o indivíduo através do celular do pai, recebeu uma ligação de WhatsApp do número de celular que correspondia ao PIX informado pelo sequestrador. A pessoa do outro lado da linha se identificou como sendo frentista do posto de gasolina e alegou que havia um rapaz no posto onde ele trabalha, que tinha pedido seu número de PIX para receber um depósito. Ele disse que desconfiou desse homem e que, por isso, ligou para ela, para saber se algo estava acontecendo.
Nesse momento, falou para o frentista que o pai estava sequestrado. O frentista, então, perguntou a ela se queria que ele acionasse a polícia, e ela respondeu que sim. Após essa ligação, entrou em contato com um sobrinho, que acionou a polícia militar, informando o ocorrido.
Wellington foi ouvido e negou qualquer participação no sequestro. Alegou, ainda, que foi ao posto de gasolina apenas para beber e que não entregou nenhum aparelho celular ao frentista. O frentista, por sua vez, reafirmou a versão de que havia emprestado o PIX para Wellington, pelo valor de R$ 50, mas negou que soubesse qualquer informação a respeito do sequestro e do óbito da vítima.
A delegada decretou, ainda, a prisão em flagrante do indiciado frentista, por participação, em tese, no mesmo crime. O número da conta PIX pertencente ao frentista foi disponibilizado antes da localização do veículo e do corpo.