A decisão do Governo do Estado de São Paulo de cancelar a Linha 18-Bronze e substituí-la pelo BRT-ABC (sistema de ônibus de alta velocidade, na sigla em inglês) vai custar, ao todo, mais de R$ 347 milhões aos cofres públicos. O valor corresponde a uma indenização acordada com a concessionária VEM ABC, responsável pelo projeto do monotrilho que ligaria São Bernardo à capital.

O contrato original foi assinado em 2014, mas cancelado em 2019, durante a gestão do então governador João Doria. Em seu lugar, o Estado propôs a construção do BRT-ABC, que mais uma vez vai atrasar. As obras estavam previstas para serem entregues em janeiro de 2026, mas foram adiadas. Enquanto isso, comerciantes e motoristas seguem sendo prejudicados com os transtornos da construção.

A concessionária chegou a pedir mais de R$ 1 bilhão em indenização. Após processo de arbitragem, o valor foi reduzido e um acordo amigável foi fechado: R$ 273,5 milhões em valores de abril de 2023, corrigidos pela Selic até o pagamento, marcado para 12 de junho.

Especialistas e moradores criticam a substituição. O BRT terá menor capacidade de transporte e não contará com integração tarifária direta com o Metrô e a CPTM, exigindo novo pagamento para conexões. Já o monotrilho atenderia até 340 mil passageiros por dia com acesso integrado ao sistema metropolitano.

Com o fim do projeto da Linha 18, São Bernardo vê encerrar uma das maiores promessas de mobilidade da região, agora substituída por uma alternativa mais barata, mas considerada menos eficiente.

O governador Tarcísio de Freitas também prometeu nova linha de Metrô (Linha 20-Rosa), cuja obra começaria por Santo André e depois passaria por São Bernardo. Mas ainda não há data para isso ocorrer.