DOCUMENTÁRIO INÉDITO DÁ VOZ À PATERNIDADE ATÍPICA EM SANTO ANDRÉ

Projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo valoriza experiências de pais de crianças com deficiência e promove empatia e conscientização
Em um cenário social em que a paternidade ainda é, muitas vezes, cercada por estigmas e ausências, um novo documentário produzido na cidade de Santo André busca romper com paradigmas e trazer à tona histórias de pais que desafiam a lógica tradicional da família. A produção é assinada pelo diretor e educador Emerson Piqueno e tem como foco principal a paternidade atípica, ou seja, a experiência de homens que criam e cuidam de filhos com deficiência.
O documentário, que foi contemplado pela Lei Complementar nº 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), entrevista pais andreenses que vivenciam a realidade de famílias atípicas. Com o olhar sensível e humano do diretor, que também é pai de duas crianças com transtorno do espectro autista, busca quebrar preconceitos, ampliar a representação dessas famílias e propor políticas públicas de inclusão e apoio à paternidade presente.
Um retrato real e necessário
Mais do que simplesmente contar histórias, o documentário tem como objetivo educar e sensibilizar. Ao trazer para o centro da narrativa pais que muitas vezes são invisibilizados ou estigmatizados, o projeto promove visibilidade, combate à discriminação e valorização das diversas formas de estrutura familiar.
“Queremos mostrar que o amor, o cuidado, a responsabilidade e o comprometimento não dependem de um modelo tradicional. O número de pais que abandonam os filhos é gritante e muito me incomoda a normalização dessa prática. Há muitos pais que estão presentes, que lutam diariamente ao lado de seus filhos com deficiência, enfrentando desafios com coragem e afeto, e precisamos trazer esses exemplos positivos para reflexão de muitos pais que recebem ou que um dia irá receber o diagnóstico, se a ausência da figura paterna pode ser prejudicial para uma criança típica, para uma criança atípica é muito pior, porque ele está prejudicando além da criança, a mãe da criança”, explica Emerson Piqueno, produtor e diretor do projeto.
Para além das telas: ações concretas de transformação
O projeto se apoia também em uma série de contrapartidas sociais e educativas, que vão desde a realização de lives com as famílias participantes, até apoio psicológico ao elenco, a exibição dos vídeos em redes sociais e instituições ligadas à causa da pessoa com deficiência. Além disso, haverá exibições acompanhadas de debates em espaços culturais e órgãos públicos da cidade.
O documentário conta ainda com a parceria dos movimentos sociais Capdef, Educação Inclusiva, Mães de Autistas, Teacolher Brasil e Teativismo todos da cidade de Santo André, que indicaram as famílias para participarem da filmagem, garantindo autenticidade e representatividade ao projeto.
A voz da experiência
À frente do projeto está Emerson Carlos Ferraz Gonçalves, conhecido como Emerson Piqueno. Com 44 anos ex-aluno da Escola Livre de Cinema e Vídeo de Santo André (ELCV), e uma carreira consolidada nas áreas de audiovisual, educação e engajamento social, Emerson tem no currículo passagens como educador em diversas instituições inclusive integrou o projeto Cine Tela Brasil uma iniciativa de cinema itinerante que tinha como principal objetivo levar a experiência cinematográfica para comunidades com pouco ou nenhum acesso a salas de cinema tradicionais no Brasil. Mais do que um profissional do audiovisual, é um militante ativo da causa: atuou como conselheiro dos direitos da pessoa com deficiência e dos trabalhadores da cultura em Santo André, e é presença constante em debates, reuniões e Lives que abordam arte, inclusão e família.
Um convite à empatia
A produção do documentário sobre paternidade atípica surge em um momento necessário, em que refletir sobre os papéis sociais e afetivos dentro da família se torna cada vez mais urgente. Em meio a uma sociedade que ainda associa cuidado principalmente às mães, dar espaço e responsabilidade aos pais que se mantêm presentes e atuantes no cotidiano de seus filhos com deficiência é uma forma de inspirar, educar e transformar.
“Queremos que este documentário seja uma ferramenta de conscientização. Que ele ajude outras famílias, que estimule políticas públicas, e que, acima de tudo, gere empatia. A inclusão começa pelo olhar, e estamos convidando todos a enxergar de verdade essas histórias”, finaliza Emerson.
A estreia acontecerá no dia 02 de julho no CRPD (Centro de Referência da Pessoa com Deficiência), às 14hs (Solicita-se fazer o cadastro), no dia 04 de julho às 19hs no Cine Teatro Carlos Gomes que será aberto para todos os públicos e no dia 05 de julho no Teatro Conchita de Moraes. Todas s exibições contarão com roda de conversa com as famílias que participaram do projeto.
Para saber mais sobre o documentário pode acompanhar o instagram do produtor @piquenoemerson, @coletivo.capasis ou pela assessoria de imprensa do projeto, @espalhandoamorautismo e @paiteadocumentario.
Serviço: Documentário Paitea
Dia: 02 de julho – Lançamento
Horário: 14hs
Local: CRPD
Endereço: Rua: Carnaúba, 150, Vila Guiomar, Santo André, SP.
Dia: 04 de julho
Horário: 19hs
Local: Cine Teatro Carlos Gomes
Endereço: Rua: Senador Fláquer, 110 Centro, Santo André,SP
Dia 05 de julho
Horário: 19h30
Local: Teatro Conchita de Moraes
Endereço: Praça Rui Barbosa, 12, Santa Terezinha, Santo André,SP.