BANDEIRA VERMELHA: COMO MANTER A CASA AQUECIDA DURANTE INVERNO SEM SURPRESAS NA CONTA DE LUZ

Professora de Engenharia Elétrica da FEI explica como usar aparelhos como chuveiro, aquecedor e ar-condicionado de forma eficiente e essencial para atravessar os meses frios sem pesar no bolso
Com a previsão de um inverno mais rigoroso entre julho e agosto de 2025, a estação tende a ser uma das mais rigorosas dos últimos anos, automaticamente, o uso de aparelhos para aquecer a casa e garantir banhos quentes tende a aumentar. Além das baixas temperaturas, os brasileiros enfrentam um desafio adicional: em julho, a conta de luz entrou na bandeira vermelha, fato que pressiona o orçamento doméstico e exige o uso mais consciente de aparelhos de aquecimento.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), entre 2010 e 2024, a conta de luz no Brasil acumulou um aumento de 177%, enquanto a inflação no mesmo período foi de 122% — ou seja, a energia elétrica ficou cerca de 45% mais cara do que o índice geral de preços. Em algumas regiões, consumidores já sentem no bolso os impactos dessas altas, especialmente em meses mais frios. De acordo com levantamento da XP, o custo da energia corresponde, em média, a 5% da renda mensal das famílias, e tende a subir quando há uso prolongado de chuveiros, aquecedores e ar-condicionados.
Segundo a professora de Engenharia Elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros) Michele Rodrigues, a escolha da temperatura correta para cada aparelho é o primeiro passo para economizar. “No caso do ar-condicionado, o ideal é manter a temperatura entre 22 °C e 24 °C no modo aquecimento. Já no chuveiro elétrico, o modo morno é mais eficiente, desde que o banho não se prolongue por muitos minutos. Às vezes, o usuário abaixa a potência, mas fica o dobro do tempo no banho e isso anula a economia”, explica.
Além de ajustar a temperatura, a professora argumenta que fazer um check-up elétrico doméstico é uma medida simples e eficaz para reduzir desperdícios de energia durante o inverno. Observar o estado do quadro de energia, tomadas, fios e aparelhos ajuda a identificar falhas ocultas que afetam a conta de luz e a segurança da casa. Equipamentos como chuveiros e aquecedores devem ser usados com atenção redobrada, e o uso de medidores portáteis pode ser um ótimo aliado para acompanhar o consumo em tempo real. Algumas dessas medidas são:
- Disjuntores ou fios quentes indicam sobrecarga ou mau dimensionamento.
- Disjuntores bem identificados facilitam o controle de consumo por área.
- Instalação de DPS e DR protegem contra surtos e vazamentos, evitando perdas e acidentes.
- Evite ligações improvisadas ou gambiarras pois são causas comuns de fugas de corrente e desperdício.
- Tomadas frouxas ou esquentando são um sinal de mau contato, o que aumenta o consumo e representa risco de incêndio.
- Uso excessivo de extensões e “Ts” pode causar sobrecarga e perdas por aquecimento dos cabos.
- Fios subdimensionados para equipamentos de alta potência (chuveiro, aquecedor, ferro) causam aquecimento e desperdício.
Adotar pequenos hábitos acaba fazendo a diferença na economia da conta de luz. Utilizar cortinas pesadas à noite, manter portas e janelas bem vedadas, e até usar roupas mais adequadas dentro de casa pode reduzir a necessidade de aquecimento contínuo. “É a soma de atitudes práticas com o uso inteligente dos aparelhos que garante conforto térmico e uma conta de luz mais equilibrada no fim do mês”, finaliza a professora da FEI.
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