AÇÃO DA GCM REFORÇA IMPORTÂNCIA DA REDE DE PROTEÇÃO ÀS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM SÃO BERNARDO

Casa de Passagem, inaugurada em março, já acolheu 14 mulheres e 15 crianças; Patrulha Guardiã Maria da Penha avança com ações estratégicas na cidade

Em uma atuação rápida e sensível, a Patrulha Guardiã Maria da Penha, especializada da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Bernardo, atuou no acolhimento de uma mulher vítima de violência doméstica junto com seus filhos. R., de 42 anos, foi silenciada por cinco anos pelo companheiro e, na Casa de Passagem Enfermeira Vanessa de Cássia Fontes, recebeu apoio psicológico, médico e social para reconstruir a vida.

Sob constantes ameaças do marido, que se tornava especialmente agressivo após o consumo de álcool, ela sofreu por muito tempo. “Era proibida de conversar com as pessoas. Só podia cumprimentar e seguir em frente. Foram cinco anos de silêncio e dor”, relatou, emocionada.

Sem conhecer São Bernardo, onde havia acabado de chegar, procurou ajuda em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) sendo orientada a buscar acolhimento no Hospital da Mulher ou na Casa de Passagem do município. Sem saber como chegar aos locais indicados e sem rumo pelas ruas, recebeu ajuda de moradores da cidade que acionaram a Guarda Municipal.

“Jamais deixaríamos essa senhora numa situação de vulnerabilidade, ainda mais com duas crianças. A Casa de Passagem é essencial nesses casos, por oferecer acolhimento e todo suporte até que ela seja encaminhada a outro local com segurança”, afirmou a GCM 1ª Classe Nascimento, que participou da ocorrência.
Segundo a agente, o preparo da equipe é decisivo. “Fazemos cursos e assistimos palestras com desembargadoras, delegadas e promotoras do MP (Ministério Público). Cada ocorrência ensina algo novo, porque nenhuma é igual à outra. A palavra sagrada é empatia, se colocar no lugar do outro. Assim, o trabalho flui.”

Ainda fragilizada por toda situação, a mulher agradeceu o atendimento recebido ao lado dos filhos. “Nunca vi esse tipo de acolhimento em outro lugar. Sou muito grata pelo cuidado que recebi aqui”, disse. Durante sua estadia, ela reconstruiu a autoestima e decidiu retornar à cidade natal, preparada para recomeçar a vida ao lado dos filhos.

O secretário de Segurança de São Bernardo, Major Arley Topalian, destacou o papel da corporação na rede de proteção às mulheres. “A violência contra a mulher é uma ferida que não pode ser ignorada. A Casa de Passagem representa o compromisso do muncípio em cuidar de vidas com dignidade, segurança e humanidade. E a GCM está preparada para agir com empatia e responsabilidade em cada ocorrência.”

R. fez questão de deixar um recado às mulheres que vivem situações semelhantes. “Não se intimidem. Guardar a dor e o medo adoece, e ninguém pode correr esse risco. Busquem ajuda. Não se culpem pela agressão recebida. O sofrimento não precisa durar tanto tempo”, concluiu.

ACOLHIMENTO – A Casa de Passagem Enfermeira Vanessa de Cássia Fontes é um local de acolhimento temporário para mulheres em situação de violência, que estejam sob ameaça iminente e não tenham para onde ir. O acesso ao serviço pode se dar por meio de encaminhamento da Delegacia. Em casos de emergência, a mulher deve acionar a Polícia Militar pelo 190 ou a Guarda Civil Municipal e Guardiã Maria da Penha 153, que podem orientar sobre a melhor forma de buscar apoio imediato.

Inaugurada em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a Casa de Passagem integra a rede de assistência do município e oferece estrutura completa, com quartos, sala de convivência, brinquedoteca, copa e espaço para refeições. No local, as mulheres recebem apoio psicológico, assistência social e orientação jurídica. O nome do equipamento homenageia uma moradora de São Bernardo que foi assassinada pelo ex-companheiro e pai de seu filho em 2023.

GUARDIÃ MARIA DA PENHA – Com atuação estratégica no enfrentamento à violência doméstica, a Patrulha Guardiã Maria da Penha reforçou sua operação em São Bernardo ao longo do primeiro semestre de 2025. A especializada da GCM (Guarda Civil Municipal) realizou 945 visitas domiciliares de acompanhamento a mulheres em situação de vulnerabilidade, garantiu assistência direta a 464 vítimas e efetuou 18 prisões de agressores.

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