Pesquisa aponta gasto médio de R$ 820 e maioria das famílias celebra em casa ou com parentes

O Natal, antes de tudo, é um ritual de encontro, de celebração familiar . Em um cenário de manutenção dos hábitos de consumo que passa por memória, afeto, cultura, a Ceia de Natal é o momento de confraternização entre famílias e amigos no Grande ABC ainda que com escolhas mais planejadas, atenção ao orçamento e adaptações no cardápio.

É o que revela a Pesquisa da Ceia de Natal 2025 – ABC, realizada pelo Centro de Inteligência de Mercado, o CIM da faculdade de negócios, Strong Business School e a Acisa, nas que analisou o comportamento dos consumidores às vésperas da data nas 7 cidades que compõe o Grande ABC. Segundo o levantamento, 50% dos entrevistados pretendem realizar a ceia em casa, enquanto 47,7% irão comemorar na casa de amigos ou parentes. Apenas 2,3% afirmam que farão a ceia em restaurantes, percentual que, ainda assim, representa mais de 15 mil famílias na região

Entre os que celebrarão o Natal em casa, os assados seguem como protagonistas com 56,5% na opção dos entrevistados, Carne assada ou pernil também entrou na preferência com pelo menos um deles presente na mesa de mais da metade dos respondentes. Frutas, panetones, pavês e sorvetes também aparecem com destaque, compondo o cardápio típico do Natal em um país de clima tropical. Já os peixes surgem com presença mais discreta, apenas 12,7% entre as escolhas quando comparados às carnes tradicionais . Espumantes também foram selecionados entre as escolhas para a ceia para 37,6% dos pesquisados.

Para Sandro Maskio, professor de economia da Strong Business School e coordenador da pesquisa, a composição da ceia revela continuidade com pequenas adaptações.

“O consumidor mantém os símbolos clássicos da ceia, mas ajusta quantidades, marcas e combinações. Não é um abandono da tradição, e sim uma reorganização do consumo”, explica.

Embora quase metade dos entrevistados declare que deverá gastar mais do que em 2024, o gasto médio planejado com a Ceia de Natal ficou em torno de R$ 820, valor pouco acima do registrado no ano anterior. Pouco mais de 50% afirmam que gastarão até R$ 500, e cerca de 11,6%% até R$ 750. Chama atenção, no entanto, o crescimento da proporção de famílias que planejam gastar acima de R$ 1.000 com a ceia ficou em15,7%.

A pesquisa também mostra diferenças relevantes conforme o local da celebração. Famílias que optarão por restaurantes demonstram disposição de gasto 38% maior do que aquelas que celebrarão na casa de amigos ou parentes, e 16% superior em relação às que farão a ceia em casa. A renda é outro fator determinante: entre famílias com renda acima de 20 salários mínimos, o gasto médio planejado ultrapassa R$ 1.600

O estudo também cruza com dados da FIPE/USP, que apontam uma alta média de 4,53% nos itens típicos da ceia na Região Metropolitana de São Paulo em 2025, índice ligeiramente abaixo do IPCA acumulado no período. Entre os destaques, o azeite de oliva apresentou queda expressiva de preço (-23,06%), enquanto itens como peru e azeitona verde registraram as maiores altas

Para o presidente da ACISA, Evenson Dotto, o impacto econômico da ceia vai além da mesa.

“As escolhas feitas para o Natal movimentam o comércio local, supermercados, açougues, padarias e restaurantes. A ceia funciona como um termômetro importante do consumo regional no fim do ano”,

Apesar dos dados otimistas, entre 2023 e 2024, mais de 8,6 milhões de brasileiros deixaram a linha da pobreza, segundo o IBGE, o menor patamar desde 2012, também houve redução da extrema pobreza, com cerca de 1,9 milhão de pessoas superando essa condição no mesmo período. Apesar desse avanço, aproximadamente 48,9 milhões de brasileiros ainda vivem abaixo da linha da pobreza, o que indica que desigualdades e vulnerabilidades sociais persistem e atravessam também a realidade do ABC Paulista e a mesa farta no Natal não será para todos. Se o momento é de solidariedade todos temos que colaborar.

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