ANVISA APROVA NOVO TRATAMENTO PARA HPN, CONDIÇÃO SANGUÍNEA RARA QUE PODE SER FATAL
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Medicamento aprovado oferece nova forma de administração e avanços para pacientes
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento para hemoglobinúria paroxística noturna (HPN), uma condição sanguínea ultrarrara e potencialmente fatal. O medicamento crovalimabe, desenvolvido pela Roche Farma Brasil, é um anticorpo monoclonal reciclável inibidor da molécula C5 e pode ser utilizado por adultos e adolescentes a partir de 13 anos, com peso mínimo de 40 kg.
O crovalimabe é o primeiro tratamento subcutâneo para HPN no Brasil, oferecendo uma administração rápida e de baixo volume, aplicada apenas uma vez a cada quatro semanas. Essa inovação representa um avanço significativo, proporcionando mais comodidade e qualidade de vida aos pacientes.
O que é a HPN e como o medicamento atua?
A HPN afeta cerca de 3.500 pessoas no Brasil e 20.000 no mundo. A doença ocorre quando o sistema imunológico ataca os glóbulos vermelhos, resultando em anemia, fadiga, insuficiência renal e coágulos sanguíneos, podendo levar à trombose, principal causa de óbitos relacionados à HPN.
O crovalimabe atua bloqueando a ativação da molécula C5, impedindo a destruição dos glóbulos vermelhos e reduzindo a inflamação. Seu mecanismo de reciclagem dentro do organismo permite uma inibição contínua e eficaz do sistema complemento, possibilitando o uso de doses menores e menos frequentes.
Vantagens do novo tratamento
O hematologista Dr. Phillip Scheinberg, chefe do Centro de Oncologia e Hematologia da Beneficência Portuguesa e primeiro autor do estudo COMMODORE 1, destaca os benefícios do novo medicamento.
“O crovalimabe representa um avanço importante para os pacientes, pois permite aplicações subcutâneas mensais rápidas. Diferente das opções intravenosas frequentes, que exigem deslocamentos a hospitais ou centros de infusão, esse medicamento possibilita a autoaplicação em casa”, explica o especialista.
Estudos clínicos e aprovação internacional
A aprovação da Anvisa foi baseada nos estudos clínicos COMMODORE 1 e COMMODORE 2, que avaliaram a eficácia e segurança do medicamento em cerca de 400 pacientes, incluindo 28 brasileiros. Os resultados indicaram que o tratamento subcutâneo a cada quatro semanas foi seguro e eficaz, sem diferenças significativas em relação aos tratamentos existentes.
Além do Brasil, o crovalimabe já foi aprovado em países como Japão, Estados Unidos, Reino Unido, Emirados Árabes e Catar.
“A aprovação desse medicamento no Brasil reflete nosso compromisso em disponibilizar inovações médicas que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”, afirma Michelle Fabiani, diretora médica da Roche Farma Brasil.
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