CURSO NA USP ENSINA CATADORES DE ELETROELETRÔNICOS SOBRE REMANUFATURA DE COMPUTADORES

Cooperativas de catadores acabam destinando para reciclagem grande volume de material eletroeletrônico que ainda está funcionando e tem condições de reaproveitamento. Há também componentes que podem voltar individualmente para a cadeia de valor, estimulando a economia circular.
Pensando nisso, o Projeto ReciclaON lançou curso sobre Remanufatura de Computadores, buscando qualificar cooperativas para a recuperação de equipamentos descartados. O projeto é desenvolvido pelo Instituto Gea – Ética e Meio Ambiente, em parceria técnica com o Laboratório de Sustentabilidade da Universidade de São Paulo (LASSU) e com apoio financeiro do Fundo Socioambiental da Caixa.
Segundo a presidente do Gea, Ana Maria Domingues Luz, além de um PC inteiro, é possível recuperar peças separadamente, que são bastante valorizadas no mercado de reposição e significam boa alternativa de renda aos catadores. “O curso inova justamente porque ensina a avaliar peças para uso na remanufatura e até em projetos de robótica”, explica.
“Pessoal de cooperativa é muito curioso e, por conta própria, sai consertando muita coisa. Mas queremos alertar que há método para isso, daí o objetivo de capacitá-los para entender os equipamentos e fazer o manuseio seguro”, explica Akio Goya, professor no curso realizado entre 21 e 25 de julho último no LASSU, localizado no campus Butantã da USP.
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Uma dezena de cooperativas da Grande São Paulo participou da programação, que incluiu desde conceitos básicos sobre o que é e para que serve cada módulo de um computador, entender suas funções internas e externas, além de realizar testes de funcionamento. Também fez parte do curso um entendimento sobre como prevenir acidentes aos catadores e ao meio ambiente.
A ideia é levar o curso de Remanufatura de Computadores para outras sete Capitais brasileiras. A capacitação integra o Projeto ReciclaON, um programa de qualificação de cooperativas para coleta e separação ambientalmente corretas de resíduos eletroeletrônicos, além de orientar essas instituições para uma comercialização justa.