DONA NINA RELEMBRA INAUGURAÇÃO E CELEBRA REABERTURA DA BIBLIOTECA MANUEL BANDEIRA NO BAETA

Moradora do Baeta Neves há quase 70 anos, Dona Nina acompanhou de perto todas as transformações do bairro — inclusive o nascimento da Biblioteca Pública Municipal Manuel Bandeira, inaugurada em 1979. Foi com os filhos ainda pequenos que ela esteve presente naquele dia histórico. A filha, inclusive, participou da cerimônia entregando flores a um familiar do poeta que dá nome ao espaço. Também teve show do grupo Tarancón, num clima que ela não esquece: foi, como define, um momento lindo demais.
Com o passar dos anos, a biblioteca se tornou parte da rotina da família. Enquanto os filhos estudavam, ela mesma retirava livros e aproveitava o espaço, que oferecia cultura acessível à população. Quando as portas se fecharam, em 2020, no início da pandemia, veio o silêncio. O bairro, segundo Dona Nina, ficou mais vazio e inseguro.
Nesta sexta-feira (1º), ao retornar ao prédio reformado, agora também sede da Secretaria de Cultura, ela notou a diferença. O movimento voltou, e o bairro parece reviver. Para ela, é essencial que o espaço ofereça muito mais do que livros: aulas de dança, música e atividades para as crianças devem estar presentes, pois são caminhos para o desenvolvimento e para a valorização da cultura local.
Dona Nina não fala apenas do passado. Ela vive o presente com entusiasmo e acredita no futuro do bairro. Ao celebrar os 472 anos de São Bernardo, deixa um recado de pertencimento e resistência: está ali há quase sete décadas, acompanhando a história da cidade — e segue acreditando na força da cultura para transformar.