A educação antirracista é um tema vital nas escolas brasileiras, mas, infelizmente, está perdendo espaço. Um levantamento inédito, destacado pelo portal de notícias G1, revela uma realidade preocupante. Isso porque, em muitas partes do Brasil, como Piauí, Roraima, Amazonas, Maranhão e Amapá, essas práticas estão em declínio.

Este retrocesso ocorre apesar da lei que, há 20 anos, tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana.

Veja também: 1ª Corrida e Caminhada pela Igualdade Racial da OAB-SBC registra sucesso de público

Falta de projeto antirracista é alarmante

A entidade Todos Pela Educação analisou os dados. Em pelo menos 15 estados, menos da metade das escolas públicas promovem iniciativas para debater o racismo. Entre 2011 e 2021, houve uma queda significativa em projetos antirracistas nas escolas de todo o país.

Embora os livros e professores não ignorem completamente o tema, a falta de projetos antirracistas é alarmante. O alerta vem de respostas coletadas pelo governo federal junto aos responsáveis pelas escolas.

Em São Paulo, por exemplo, mais de 3 mil denúncias de discriminação em escolas estaduais foram registradas apenas neste ano. Entre elas, casos de crianças sendo chamadas de “escravo”, “macaco” e “urubu”.

Lei obriga ensino de história e cultura afro-brasileira e africana

A lei 10.639, que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana, ainda enfrenta desafios na sua implementação. A falta de material didático específico, a necessidade de formação aprofundada para os professores e a abordagem limitada a eventos pontuais são obstáculos que impedem a integração efetiva desses conteúdos no currículo escolar.

Além disso, a resistência institucional e cultural em algumas regiões e escolas contribui para a manutenção de uma perspectiva eurocêntrica da educação, dificultando a promoção de uma verdadeira educação antirracista.

Para superar esses desafios, é essencial um esforço conjunto entre governo, instituições educacionais e comunidade, visando a implementação eficaz da lei e a valorização da diversidade cultural do Brasil.

Veja também: Casal de São Bernardo mostra como viajar gastando pouco

Imagem: Priscilla Du Preez/Unsplash