GASTOS COM BETS ADIAM GRADUAÇÃO PARA 34% DOS JOVENS EM 2025

Os gastos com apostas esportivas online estão interferindo diretamente no acesso ao ensino superior no Brasil. Segundo a pesquisa “O Impacto das Bets 2”, divulgada em abril de 2025 pela Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes), em parceria com o Educa Insights, 33,8% dos apostadores entrevistados adiaram o início da graduação em instituições particulares por conta dos gastos com apostas.

O levantamento revela que 34,4% dos apostadores precisarão interromper as apostas para iniciar um curso superior em 2026. A pesquisa ouviu 11.762 pessoas entre 20 e 24 de março, com 2.317 respostas completas. O perfil dos apostadores segue semelhante ao da edição anterior: 85% são homens, 85% trabalham, 72% têm filhos e a maioria pertence às classes B e C.

Entre os que já estão na graduação, 14% atrasaram mensalidades ou trancaram o curso por conta das apostas. Já entre os que ingressaram recentemente em faculdades privadas, 35% dizem que precisarão interromper os gastos com plataformas online.

Com base no Censo da Educação Superior 2023, a Abmes estima que 986.779 estudantes podem ter impacto direto na graduação, em 2026, como consequência das apostas virtuais. “No longo prazo, o dado mais preocupante é a projeção para 2026: quase 1 milhão de potenciais ingressantes na educação superior privada podem não efetivar a matrícula devido ao comprometimento financeiro com apostas e jogos online”, afirma o diretor Paulo Chanan.

“Isso indica que o fenômeno está se aprofundando e afetando, principalmente, os jovens das classes C e D. Trata-se de uma realidade relativamente nova no Brasil, que ainda carece de amadurecimento por parte da sociedade e de uma regulação mais eficaz por parte do poder público”, declarou à Agência Brasil.

A Abmes defende limites e políticas públicas de conscientização. “A Abmes acredita que a solução para o problema precisa ser multissetorial. O enfrentamento ao impacto das bets deve se dar com responsabilidade e dados, promovendo discussões em fóruns educacionais e políticos”, reforçou Paulo.
Via Agência Brasil
Foto Freepik

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