HOSPITAL NARDINI IMPLANTA PROJETO DE HUMANIZAÇÃO PARA PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS

HOSPITAL NARDINI IMPLANTA PROJETO DE HUMANIZAÇÃO PARA PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS

Com foco em qualidade de vida, unidade cria protocolo para assistência a pacientes em casos críticos, com amparo emocional e acolhimento

Unidade contratou empresa especializada para treinamento semanal das equipes

O modelo de cuidado humanizado na saúde é aquele centrado nas necessidades do paciente, que o considera como um ser humano, e não apenas como uma doença ou sintoma. Neste contexto, visando dar qualidade de vida a pacientes em estado de saúde considerado grave, o Hospital Nardini de Mauá implantou um projeto, focado em competência técnica, qualidade de vida e humanização, exclusivo para pacientes em cuidados paliativos. O objetivo é assistir, de forma acolhedora, multiprofissional e especializada, aqueles que possuem doença grave, progressiva e que ameaça a continuidade da vida. Entre janeiro do ano passado e abril deste ano, o projeto já assistiu cerca de 770 pacientes e seus familiares.

As referências do cuidado paliativo transitam harmoniosamente com o modelo assistencial que busca, sobretudo, promover a atenção integral ao indivíduo. Em geral, pacientes elegíveis aos cuidados paliativos necessitam de alívio de dores e sofrimento, conforto emocional e até espiritual. Por isso, o hospital contratou um serviço especializado para conduzir esse processo de orientação e ensino junto à equipe multiprofissional da unidade, formada por profissionais das áreas médica, de enfermagem, nutrição, fisioterapia e psicologia.

Semanalmente, médicos paliativistas ministram treinamentos focados em abordagens humanizadas e na adaptação da comunicação com pacientes e suas famílias. Com base nas capacitações, a equipe multiprofissional do hospital aperfeiçoa o tratamento oferecido e conduz as visitas leito a leito diariamente. A assistência ocorre desde a solicitação inicial até a finalização da internação.

Ainda que seja difícil mudar desfechos mediante prognósticos de saúde desfavoráveis, o foco é ofertar um espaço de acolhimento, amparo emocional e escuta ativa, integrando aspectos psicológicos e espirituais à condição clínica do paciente.

SENSIBILIZAÇÃO

Um dos reflexos desse modelo de assistência foi sentido na própria equipe assistencial da unidade, que passou a ter maior compreensão dos efeitos alcançados com a oferta de cuidados paliativos. Com o estímulo à adesão e a ampliação da consciência sobre os benefícios trazidos aos pacientes, os setores assistenciais passaram a solicitar, cada vez mais, o apoio da equipe de cuidados paliativos do hospital.

“Aos poucos, a iniciativa ganhou grande adesão e trouxe amplo fortalecimento da equipe. Juntos, estamos ressignificando cada momento da assistência, trazendo mais dignidade, alívio e sentido para os pacientes que mais precisam. Planejamos qualificar os profissionais nas intervenções necessárias diante de casos elegíveis para os cuidados paliativos, sempre com respeito à decisão do paciente ou de seus familiares”, explica a diretora técnica do Hospital Nardini, Dra. Jaqueline Gerbase.

Os pacientes são assistidos e acolhidos junto aos seus familiares, em reunião periódica com a equipe multiprofissional. “Com isso, minimizamos conflitos de decisões e a falta de entendimento quanto ao cuidado e atendimento prestado. No final, o que realmente importa não é apenas o que fazemos, mas o amor com que cuidamos de cada história que chega até nós”, completa.

DADOS

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada ano, mais de 56,8 milhões de pessoas, incluindo 25,7 milhões no último ano de vida, necessitam de cuidados paliativos. Em todo o mundo, apenas 14% das pessoas no mundo que precisam de cuidados paliativos os recebem atualmente.

A entidade estima que a necessidade global de cuidados paliativos continuará a crescer como resultado do envelhecimento das populações e do aumento da carga de doenças não transmissíveis. Por isso, defende que os sistemas nacionais de saúde incluam os cuidados paliativos no processo contínuo de cuidado de pessoas com doenças crônicas e potencialmente fatais, vinculando-os a programas de prevenção, detecção precoce e tratamento — à exemplo do Hospital Nardini.

Comente

Seu email não irá ser publicado Preencha os campos marcados com *.