Durante as férias escolares, as aves enfrentam um risco crescente devido às linhas de pipas. Somente no primeiro semestre de 2023, o Centro de Triagem e Recuperação de Animais Silvestres de São Paulo (CETRAS) atendeu 68 aves de 23 espécies distintas, todas vítimas de lesões causadas por linhas de pipa, com ou sem cerol.

Contrariamente ao que muitos pensam, os ferimentos não ocorrem durante o ato de empinar pipas, mas por linhas que ficam presas em árvores, prédios e outras estruturas, representando um perigo constante a diversas espécies, sobretudo aves de rapina e outras adaptadas à vida urbana.

“Muitos animais acabam morrendo, pois ficam feridos por longos períodos em árvores”, comenta Lilian Sayuri Fitorra, coordenadora do CETRAS. Ademais, a utilização de linhas de pipa na construção de ninhos tem causado problemas. “À medida que os filhotes crescem, eles se emaranham nas linhas, o que pode resultar em lesões graves ou até amputações”, alerta Sayuri.

O tratamento de lesões causadas por linhas de pipa é complexo e requer grande dedicação dos técnicos do CETRAS, incluindo a correção ou implante de penas, analgesia, imobilização, cirurgias pequenas e até amputações.

Inaugurado em 1986, o CETRAS tem como missão receber, avaliar, recuperar e destinar animais silvestres provenientes do tráfico, apreensões e resgates. Localizado no Parque Ecológico do Tietê, o Centro tem parcerias com áreas de soltura cadastradas no Estado de São Paulo e com órgãos ambientais de outros estados para a reintrodução de animais reabilitados na natureza.