LIDERANÇA FEMININA NA SEGURANÇA: A TRAJETÓRIA DE DEDICAÇÃO E DESAFIOS DA DELEGADA KELLY CRISTINA SACCHETTO

Com uma trajetória marcada por desafios, superações e conquistas, a delegada de polícia Kelly Cristina Sacchetto se tornou um nome de referência na segurança pública. Há dois anos à frente da Seccional de São Bernardo e com 32 anos de experiência na Polícia Civil, ela carrega uma bagagem de experiências. Mas, além do distintivo, Kelly também é mãe, apaixonada por dança e cultura francesa, e uma líder que inspira outras mulheres a ocuparem espaços de poder.
Com um efetivo de aproximadamente 500 policiais sob sua gestão, Dra. Kelly enfrentou ao longo da carreira os desafios de atuar em áreas estratégicas, passando pelo DHPP (Divisão de Homicídios) e pela Decap (Quarta Delegacia Seccional de Polícia). Sua especialização em crimes contra crianças a colocou na linha de frente do combate à ped0filia e à porn0grafia infantil virtual, um trabalho que exige não apenas técnica, mas também sensibilidade. Apesar dos desafios da profissão, ela nunca cogitou desistir. “Desde o primeiro dia na Academia de Polícia, soube que era isso que queria para a minha vida. E nunca me arrependi”, afirmou com convicção. Embora a presença feminina na segurança pública tenha crescido, desafios ainda existem. “O preconceito está lá, muitas vezes velado, mas o profissionalismo e os resultados falam mais alto”, reflete.
Entre operações policiais e a rotina administrativa, a delegada mantém um lado que poucos conhecem. Sua paixão pela arte a acompanha desde a infância, quando começou no balé clássico. Mais tarde, se aventurou pela dança de salão, flamenco e até dança do ventre. “A dança sempre foi minha terapia. É o momento em que me desconecto da profissão. É muito mais do que um exercício é um momento para a saúde mental”, revela.
A cultura francesa também ocupa um espaço especial em sua vida. Fascinada por Paris, adora assistir a documentários e séries que retratam a cidade. “Gosto de conteúdos leves, sem violência. Já lidamos com isso diariamente no trabalho”, diz, citando “Emily em Paris” como uma de suas séries favoritas. Seu gosto musical acompanha essa versatilidade, indo dos clássicos dos grandes balés ao rock nacional e internacional. Entre os artistas preferidos, destaca Jota Quest. “Já fui a muitos shows, tanto acompanhando meu filho, que gosta de rock, quanto minha filha, que prefere pop”, conta.
Mãe de Rodrigo, de 30 anos, e Camila, de 25, Kelly relembra as dificuldades da maternidade aliadas à rotina policial. “Trabalhei em plantões por muito tempo, o que significa perder finais de semana e feriados. A presença da minha mãe foi essencial para criar meus filhos”, diz. Dona Sueli, sua mãe, é sua maior inspiração. “Ela decidiu cursar Psicologia aos 60 e exerceu até os 70 anos, quando adoeceu. Sempre me dizia: ‘Vai lá e faz. Não tenha medo, minha filha’. Carrego isso comigo todos os dias”, emociona-se.
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O ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
O combate à violência contra a mulher vai além das estatísticas: é uma luta diária contra o medo, a desigualdade e o silêncio. Para a delegada Kelly, que atua na linha de frente dessa batalha, a denúncia é uma ferramenta essencial para romper o ciclo de agressões.
“A normalização da violência em nossa sociedade ainda é um dos maiores desafios. Muitas mulheres hesitam em denunciar, seja por vergonha, medo de represálias ou falta de uma rede de apoio. Mas cada denúncia representa um grito de resistência e uma chance de justiça para milhares de outras vítimas que ainda estão em silêncio”, afirma.
A delegada também chama a atenção para os fatores sociais e econômicos que dificultam a saída de muitas mulheres de relacionamentos abusivos. “A dependência financeira dos agressores impede muitas vítimas de buscarem ajuda. Sem autonomia econômica, elas se sentem presas a essa realidade. Por isso, é fundamental que políticas públicas eficazes ofereçam suporte real, garantindo segurança e novas oportunidades para essas mulheres.”
Além das dificuldades estruturais, ela aponta o machismo como um dos pilares que sustentam a violência de gênero. “O medo cala, mas a coragem liberta. E a Polícia Civil está aqui para garantir que nenhuma mulher enfrente essa luta sozinha.”
Referência feminina na segurança pública, Dra. Kelly vê sua atuação como um compromisso que vai além do cargo. “Ser delegada é também ser um símbolo de resistência e inspiração. A presença da mulher na polícia não é apenas sobre ocupar um espaço, mas sobre liderar, transformar e mostrar que somos capazes de enfrentar qualquer desafio. Quero que cada mulher saiba que pode mudar sua história e conquistar sua liberdade.”