MORRE FUNDADOR DO MUSEU DA VOZ, O JORNALISTA LUIZ ERNESTO MACHADO

MORRE FUNDADOR DO MUSEU DA VOZ, O JORNALISTA LUIZ ERNESTO MACHADO

Velório será realizado no Cemitério São Paulo, amanhã, dia 14 de agosto de 2024, a partir das 07h

É profundo pesar, que informamos por meio desta o falecimento do jornalista e museólogo brasileiro, o sr. Luiz Ernesto Machado Kawall, ocorrido na terça-feira, 13 de agosto de 2024, aos 97 anos de idade.

O Sr. Luiz Ernesto nasceu no dia 11 de junho de 1927, na capital São Paulo. Vindo de uma família alemã, a princípio iria se formar em medicina, mas quando abriram as inscrições para a primeira turma de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, logo se inscreveu e se formou com êxito em 1951. Iniciou sua carreira profissional na Tribuna de Imprensa, a convite de seu paraninfo, Carlos Lacerda, também diretor da Tribuna, e passou por diversos veículos jornalísticos importantes do país sendo colunista do jornal Folha de São Paulo e como repórter policial na Gazeta.

Foi no mundo da Arte que se estabeleceu. Viajou por todo o país, o que lhe permitiu conhecer a cultura e as artes de norte a sul do Brasil e publicar o livro “Artes Reportagem” 1 e 2. Participou da fundação do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Em São Paulo também participou da fundação do MIS de São Paulo, onde trabalhou como diretor técnico.

Foi progenitor e fundador do Museu Caiçara ao lado de Praxedes Mário de Oliveira, no sítio Sapê, em Ubatuba, São Paulo. Ali se formou um grande espaço cultural comunitário, onde guardando fatos, lembranças e preserva a história do povo caiçara.

Também foi conselheiro do Clube Pinheiros, seguindo a tradição paterna de ascendência alemã. Seu pai foi presidente do então Clube Germânia. Fez grandes reportagens com artistas da cena contemporânea do século XX, e do tema arte em geral. Entrevistou inúmeras personalidades, como a entrevista feita com o presidente alemão Eisenhower. era amante e colecionador de Cordel, de arte brasileira primitiva e arte popular, possuindo um arquivo pessoal de gravuras e fotos importantes.

Sua forte ligação com a arte fica também evidente pelas inúmeras matérias jornalísticas e livros sobre o tema, seja com artistas modernistas, contemporâneos, suas pesquisas, ou entrevistas como a de Pietro Maria Bardi. Luiz Ernesto também foi amigo de Tarsila do Amaral até o fim de sua vida. 

Seu grande projeto, a Vozoteca ou Museu da Voz, foi doado à USP em 2013, nele o jornalista registrou mais de 12.000 vozes de grandes nomes durante cinco décadas. Vozes como dos presidentes Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, o primeiro ministro Winston Churchill e Luiz Gonzaga podem ser encontradas no acervo, inclusive a de Carlos Lacerda, que foi quem o incentivou a criar o projeto.

velório será realizado no Cemitério São Paulo, no dia 14 de agosto de 2024, a partir das 07h. O sepultamento ocorrerá às 11h no mesmo local.

Luiz Ernesto deixa a esposa, Zilda, as três filhas, Márcia, Beatriz e Helena, junto de seis netos e sete bisnetos.

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