A promoção e o cuidado em saúde mental é uma ação diária e contínua. Por isso, as atividades realizadas no Setembro Amarelo, mês de campanha para prevenir o risco de suicídio, valorizar e preservar a vida, continuam no decorrer do ano em diversos serviços municipais.

Tanto nas atividades de rotina quanto em meses de campanha, o cuidado integral com o indivíduo também reflete na saúde mental. Nesse sentido, uma equipe com um olhar atento e escuta ativa podem fazer a diferença. Quando o profissional – seja ele médico, de enfermagem, agente comunitário de saúde, nutricionista ou outra especialidade – escuta o usuário em suas necessidades e expectativas tem impacto positivo em sua saúde mental e aumenta o vínculo com o serviço de saúde.

Para Adam Kennede Silva Vieira, educador físico do Centro de Atenção Psicossocial infanto Juvenil (CAPS IJ), a família, os amigos e hábitos como dormir e alimentar-se bem e praticar hobbies são considerados fatores de proteção. “Eles estão se descobrindo e não se sentirem pertencentes a um grupo é muito fácil, pois não são crianças nem tem a liberdade e o acesso que um adulto tem. Quando trazemos esse assunto e incentivamos a falarem fica mais palpável. Então, o jovem vai saber que sempre terá um lugar para se abrir, principalmente quando há uma rede de cuidado”, afirmou. O residente em saúde mental conduziu a Roda de Conversa sobre Saúde Mental e Prevenção do Suicídio, nesta terça-feira (30/09), na ONG May, serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos. O evento voltado para adolescentes encerrou as atividades do Setembro Amarelo em Diadema.

Renan Nascimento de Souza foi um dos 20 jovens que participaram da roda de conversa e falou sobre algumas estratégias de saúde mental. “Eu faço coisas para relaxar, costumo passear com os amigos, ler um livro, fazer coisas que eu gosto. Chorar também acalma”. Para ele, a informação sobre qual a rede de apoio que a pessoa pode contar torna a busca por auxílio mais fácil. “Tem muita gente que necessita conversar e desabafar, por isso esse é um tema que tem que ser abordado sempre”, ressalta.

As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e os Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) promoveram programação especial ao longo do mês com Rodas de conversa, palestras, grupos terapêuticos, acolhimento de profissionais, artesanato, atividades físicas e de relaxamento.

Pedir ajuda

Neste ano, a temática foi “Se precisar, peça ajuda!” demonstrando que lidar com o sofrimento não precisa ser sozinho. Ter uma rede de apoio ou conhecer serviços de saúde mental contribuem para ajudar em momentos de crise.

O cuidado em saúde mental é ofertado por diversos pontos da rede municipal e não precisa de encaminhamento para ser acolhido. São cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo três destinados ao público adulto com sofrimento psíquico severo e persistente, com funcionamento 24 horas e referenciado por região (Sul/Oeste, Leste e Norte); um de Álcool e Drogas (AD), referência às pessoas em sofrimento psíquico pelo uso problemático de álcool e/ou outras drogas, e um Infanto Juvenil, que funciona 12 horas, voltado para crianças e adolescentes com algum sofrimento psíquico pelo uso ou não de álcool e/ou outras drogas. Confira os endereços em https://portal.diadema.sp.gov.br/caps/.

Em cada Unidade, o acompanhamento é definido com base na demanda e na necessidade de cada pessoa. “O acolhimento no CAPS é singular e o Projeto Terapêutico também. Porque quando eu olho para a pessoa de forma singular, vejo o que ela precisa, o que vai fazer diferença na vida dela”, completa Vieira.

Além dos CAPS, a Rede de Apoio de Atenção Psicossocial (RAPS) é comporta por 20 UBSs, Espaço Colmeia (espaço de inclusão social/geração de trabalho e renda), dois Serviços de Residência Terapêutica (SRT), um Consultório na Rua I e uma enfermaria de retaguarda de saúde mental no HMD, psiquiatras 24 horas na porta da urgência e emergência no HMD.

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