O Brasil enfrenta uma preocupante perspectiva de dobrar o número de casos de dengue registrados em 2023. Até o momento, foram contabilizados 973.347 casos prováveis em 2024, com 7.771 classificados como graves. Comparativamente, o ano de 2023 fechou com 1.658.816 casos. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a situação atípica deste início de ano sugere um possível aumento expressivo, impulsionado por fatores como mudanças climáticas e a circulação de múltiplos sorotipos do vírus da dengue.

Apesar do aumento no número de casos, a letalidade apresenta-se mais baixa em comparação a 2023, conforme dados do Ministério da Saúde. Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde, apontou um número menor de casos graves, mas maior de óbitos no ano passado até o momento atual.

A faixa etária mais afetada em 2024 é de 20 a 49 anos, enquanto os casos graves concentram-se em pessoas acima de 70 anos. Diferentemente de 2023, quando apenas o Rio de Janeiro decretou emergência, sete estados e 154 municípios já proclamaram estado de emergência este ano devido à doença.

O pico de casos em 2024 já ultrapassou o máximo registrado em 2023, ocorrido entre março e abril, com 182.2 mil casos apenas na sexta semana epidemiológica de fevereiro.

A ministra atribuiu o aumento dos casos à mudança climática, que propicia um ambiente favorável ao mosquito transmissor, e à circulação dos quatro sorotipos de dengue no país, complicando a situação epidemiológica.

Para combater a expansão da dengue, o Ministério da Saúde promoverá o Dia D de combate à doença em 2 de março, visando a unificação de esforços entre governos e sociedade. Adicionalmente, a vacinação contra dengue continua sendo implementada para jovens de 10 a 14 anos em municípios selecionados, apesar de não ser uma solução imediata para o surto atual.

Foto SECOM/MS