Aproveitando o aniversário de 472 anos de Santo André, comemorado nesta terça-feira (, relembramos uma curiosidade que faz parte da identidade do Grande ABC: os apelidos de batateiros e ceboleiros, ainda usados até hoje por moradores de São Bernardo do Campo e Santo André.

O termo batateiro surgiu a partir do passado agrícola de São Bernardo. Nas antigas colônias de imigrantes, a batata era um dos principais produtos cultivados por famílias que viviam da terra. Já os moradores de Santo André, com perfil mais urbano naquela época, começaram a chamar os vizinhos de São Bernardo com esse apelido, numa forma de provocação.

Em resposta, os são-bernardenses passaram a usar o termo ceboleiros para se referir aos andreenses. A rivalidade ganhou força nas décadas de 1920 e 1930, especialmente durante disputas de futebol entre times das duas cidades. Um dos episódios mais conhecidos envolve um jogo entre o Corinthians de Santo André e a Associação Atlética São Bernardo, quando torcedores jogaram batatas podres nos jogadores andreenses. No confronto seguinte, o troco veio com cebolas.

Com o passar do tempo, os apelidos ultrapassaram os campos de futebol e viraram parte do dia a dia. Em jornais da época, como em 1939, o termo “batateiro” já era usado em colunas e cartas assinadas por moradores. A rivalidade local acabou se misturando com questões políticas e culturais, especialmente no período em que Santo André se tornou sede do antigo município que englobava toda a região.

Hoje, os apelidos seguem vivos — muitas vezes usados de forma leve e bem-humorada, como símbolo das origens e da identidade de cada cidade. Batateiros ou ceboleiros, todos fazem parte da história do ABC.

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