CRISE EM GAZA: ACESSO À SAÚDE GRAVEMENTE COMPROMETIDO POR BOMBARDEIOS E EVACUAÇÕES

CRISE EM GAZA: ACESSO À SAÚDE GRAVEMENTE COMPROMETIDO POR BOMBARDEIOS E EVACUAÇÕES

A Faixa de Gaza enfrenta uma grave crise de saúde, com o acesso aos cuidados médicos severamente limitado devido aos intensos bombardeios e ordens de evacuação impostas pelas forças israelenses. Nos últimos três meses, o ataque contínuo resultou na drástica redução de locais seguros para oferecer cuidados médicos.

Médicos Sem Fronteiras (MSF), uma das principais organizações atuantes na região, foi forçada a evacuar hospitais e abandonar pacientes devido ao perigo iminente. Thomas Lauvin, coordenador do projeto de MSF em Gaza, relata que a organização está confinada a operar principalmente no sul de Gaza, em Rafah, pois outras áreas tornaram-se inacessíveis.

O sistema de saúde de Gaza está à beira do colapso. A Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que apenas 13 dos 36 hospitais em Gaza ainda funcionam parcialmente. O principal desafio é a falta de suprimentos básicos e combustível, exacerbado pela superlotação nos hospitais.

Em 6 de janeiro, a equipe de MSF foi forçada a evacuar o hospital de Al-Aqsa após ordens de evacuação emitidas pelas forças israelenses. Enrico Vallaperta, referente médico do projeto de MSF em Gaza, descreve a situação como extremamente insegura, com pouco espaço seguro para fornecer cuidados mínimos.

A situação é agravada pelo fato de que as instalações médicas estão frequentemente na linha de fogo e sujeitas a evacuações forçadas, especialmente no norte de Gaza. Hospitais como o Indonésio e o Al-Shifa foram evacuados ou atingidos, resultando em mortes de profissionais médicos, incluindo membros da equipe de MSF.

No sul de Gaza, a situação é igualmente desesperadora. O aumento da população na região, devido ao deslocamento causado pela guerra, sobrecarrega ainda mais os recursos de saúde limitados. As necessidades de cuidados médicos de emergência, cirúrgicos e pós-operatórios são enormes, e muitas mulheres são forçadas a deixar os hospitais pouco tempo após procedimentos como cesarianas, devido à falta de espaço.

MSF continua a fornecer cuidados pré e pós-parto, fisioterapia, cuidados pós-operatórios e apoio de saúde mental, apesar das condições extremas. A organização reitera seu apelo por um cessar-fogo imediato para proteger a vida dos civis, restaurar a assistência humanitária e reabilitar o sistema de saúde, essencial para a sobrevivência da população de Gaza.

Foto divulgação MSF

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