ESTUDO REVELA RETRAÇÃO NA PRODUÇÃO INDUSTRIAL DO GRANDE ABC

O mais recente levantamento da Sondagem Industrial do Grande ABC, realizado pela Strong Business School em parceria com a CNI e a Fiesp, aponta que a indústria regional atravessa um momento de cautela. Apesar de avanços pontuais no início do ano, custos elevados, queda na confiança empresarial e menor intenção de investimentos acenderam o sinal de alerta para o segundo semestre.
De janeiro a junho, a indústria nacional cresceu 1,7%, abaixo dos 3,5% registrados em 2024. No Estado de São Paulo, houve retração de 2,1%, afetando diretamente o Grande ABC, responsável por 7,5% do PIB industrial paulista.
📊 Capacidade instalada e estoques
Entre janeiro e abril, a utilização da capacidade instalada subiu para 76%, mas o índice caiu a partir de maio. Já os estoques seguem acima do planejado desde outubro de 2024, acumulando nove meses de excesso.
💬 Para o professor Sandro Maskio, da Strong Business School:
“Embora o uso da capacidade instalada tenha se mantido em níveis elevados, a queda na intenção de investimentos sugere que os empresários estão mais reticentes em apostar na expansão. Esse comportamento pode impactar diretamente o desempenho da economia regional nos próximos meses.”
📉 Intenção de investimento e condições financeiras
A intenção de investir perdeu fôlego em maio e junho. Segundo Maskio, “esse recuo revela maior incerteza entre os gestores e uma acomodação das decisões estratégicas para expansão”.
O estudo também apontou margens de lucro negativas, influenciadas pelo câmbio e pela dificuldade de acesso ao crédito, em um cenário de Selic elevada.
📉 Confiança em queda
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) recuou ao longo de 2025, entrando no campo pessimista no segundo trimestre. A queda foi puxada por expectativas menores em relação à economia nacional.
🚧 Principais entraves citados
- Demanda interna insuficiente (55,6%);
- Carga tributária elevada (44,4%);
- Competição com importados (22,2%);
- Falta ou alto custo de mão de obra (22,2%);
- Taxas de juros elevadas (22,2%).
Maskio reforça: “Mesmo com a resiliência da indústria, o cenário é de cautela. Há espaço para crescimento, mas o ambiente de custos elevados e incerteza econômica trava as decisões de expansão.”
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