Hollywood está passando por um momento histórico: após negociações infrutíferas com grandes estúdios e serviços de streaming, a união que representa cerca de 160.000 atores declarou greve. É a primeira vez desde 1980 que os membros param as produções de cinema e televisão.

Fran Drescher, presidente do SAG-AFTRA, sindicato dos atores, classificou as propostas das gestões dos estúdios como “insultantes e desrespeitosas”. Segundo ela, as empresas se recusaram a envolver-se significativamente em alguns tópicos e em outros nos bloquearam totalmente. “Enquanto eles não negociarem de boa fé, não podemos começar a chegar a um acordo”, afirmou.

A decisão pela greve ocorre em um momento em que mais de 11.000 membros do Writers Guild of America, o sindicato dos roteiristas, também estão em greve contra os mesmos estúdios desde o início de maio. A paralisação dos atores deve levar a maioria das produções restantes a parar, exceto por alguns filmes independentes não associados a grandes estúdios.

O impasse nas negociações está principalmente relacionado à dificuldade de chegar a um acordo sobre o novo contexto de serviços de streaming e inteligência artificial (IA). “Esta é uma negociação de mudança de maré”, disse David Mumpower, diretor de conteúdo da Mickeyblog.

A greve ocorre em um momento em que as principais empresas de mídia e tecnologia que investem no mundo dos serviços de streaming estão focadas na redução de custos e rentabilidade, em vez do crescimento dos assinantes. Companhias como Amazon, Apple, Disney, NBC Universal, Netflix e Sony estão em jogo.

Os atores demandam aumento de salário, progresso em direitos conexos, especialmente em serviços de streaming, e proteção face ao surgimento da IA.

Foto @sagaftra