No bairro Assunção, em São Bernardo do Campo, Hilda Breda Assunção, 72 anos, mantém viva a magia do Natal com sua impressionante coleção de mais de mil presépios. Peças de 60 países e quase todos os estados brasileiros compõem o acervo, que celebra a diversidade cultural e a simbologia natalina.

Nosso canal foi até a casa de Hilda para conhecer de perto essa incrível coleção. A paixão de Hilda pelos presépios tem raízes em sua infância humilde. “Quando éramos crianças, não tínhamos dinheiro para comprar presépios. Minha irmã moldava figuras de barro tirado do rio perto de casa. Era algo muito simples, mas especial para nossa família”, relembra.

Com o tempo, a situação da família melhorou, e o presépio foi crescendo aos poucos. Primeiro vieram as figuras da Sagrada Família, depois os Reis Magos, e assim, peça por peça, a tradição foi tomando forma. Já adulta, Hilda recebeu de presente do marido, próximo ao Natal, dois presépios, que marcaram o início de sua coleção. “Aquilo despertou em mim a vontade de reunir mais peças e preservar essa simbologia natalina”, conta. Desde então, amigos passaram a presenteá-la, e o pequeno acervo transformou-se em uma coleção grandiosa.

Hoje, sua coleção inclui peças feitas de madeira, argila, vidro e até materiais recicláveis, cada uma refletindo a cultura e as tradições de seu lugar de origem. “Cada presépio tem uma história. Eles conectam pessoas e lugares, mostrando como a essência do Natal pode ser interpretada de tantas formas diferentes”, explica.

Parte de sua coleção está em exibição na Câmara de Cultura Antonino Assunção, aberta ao público de terça a sábado. A mostra convida os visitantes a mergulhar nas histórias e nos detalhes únicos que fazem de cada presépio uma obra de arte.

Hilda também é dramaturga, memorialista e presidente do Grupo Cênico Regina Pacis, o mais antigo do Brasil. Ela dedica sua vida à preservação da memória cultural e artística de São Bernardo.

“Os presépios representam esperança, simplicidade e união. Espero que quem visitar minha coleção possa levar um pouco dessa mensagem para casa”, reflete Hilda.

📷 Gui Marchi