A Polícia Federal (PF) apontou Domingos Inácio Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e José Francisco Brazão, deputado federal, conhecidos como irmãos Brazão, como os mandantes da morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. O ex-policial militar Ronnie Lessa foi identificado como o executor do crime. A investigação, cujo sigilo foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), culminou na prisão dos irmãos e de outras figuras chave nesta manhã.

Segundo a PF, o assassinato de Marielle foi motivado por seu posicionamento contrário aos interesses do grupo político dos Brazão, ligado a questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro. O relatório da PF destaca a participação de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que teria planejado o crime. Barbosa, acusado de instalar um “balcão de negócios” na diretoria de divisão de homicídios para beneficiar milicianos e políticos em troca de vantagens financeiras e políticas, também foi preso.

As investigações revelaram que os primeiros passos do planejamento ocorreram de forma clandestina, com encontros em locais desertos. Edmilson Macalé, identificado como miliciano, teria sido contratado pelos irmãos Brazão em 2017 para orquestrar o crime. Posteriormente, Macalé recrutou Ronnie Lessa, notório assassino de aluguel, para executar o homicídio, providenciando as armas e veículos necessários.

Foto e informações Agência Brasil