Transtorno específico da aprendizagem ligado à dificuldade na leitura e escrita, dislexia terá espaço anual de conscientização na última semana de Outubro 

O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, promulgou neste mês a Lei Nº 7.118/2022, que institui no Município a “Semana de Conscientização sobre a Dislexia”, que será realizada todos os anos, preferencialmente na última semana do mês de outubro. No âmbito da Câmara Municipal, a Semana consistirá na realização de Sessão Solene especialmente convocada, além de exposições, palestras, conferências, eventos culturais e outras atividades pertinentes que promovam a difusão da doença, com objetivo de estimular a cidadania, a solidariedade e a integração das pessoas com dislexia em todos os níveis, com a participação de toda a sociedade civil. 

A dislexia é um distúrbio genético, de bases neurológicas, classificada como transtorno específico da aprendizagem e que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita. Por se tratar de um quadro bastante específico, os sinais e sintomas normalmente aparecem no contexto escolar, durante a alfabetização. 

O distúrbio acomete crianças com potencial intelectual normal e sem déficits sensoriais, com suposta instrução escolar adequada, ocasionando desempenho abaixo do esperado para a idade e escolaridade. 

Por essa razão, a avaliação e o diagnóstico no contexto escolar estão entre as principais medidas para minimizar os impactos do quadro no processo de aprendizagem. Para isso, é necessária implementação de adaptações nas estratégias de ensino oferecidas pela escola. O apoio de profissionais da área da Saúde visa colaborar na busca de adaptações para os alunos e suas famílias, além de ajudar os estudantes a lidarem com questões emocionais que podem surgir devido à maior dificuldade no processo de escolarização. 

A Lei 7.118 entrou em vigor em 13 de julho de 2022 e tem como base o Projeto de Lei nº 73/2022, do vereador Eduardo Ginez Tudo Azul. Entre os grupos que apoiaram o parlamentar e que contribuíram para formulação do projeto está o Núcleo Especializado em Aprendizagem (NEA) do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). 

“Sem o acompanhamento adequado, a criança com dislexia pode desenvolver uma série de problemas no futuro, como evasão escolar, problemas familiares e depressão”, alerta a psicóloga e psicopedagoga Alessandra Bernardes Caturani Wajnsztejn, idealizadora do Movimento Dislexia GABCD e coordenadora do NEA-FMABC, que completa: “Nossas experiências no NEA mostram que o acompanhamento integral e o diagnóstico precoce fazem uma enorme diferença positiva na vida desses jovens, amenizando os efeitos do transtorno. A Semana de Conscientização em São Bernardo certamente é mais uma aliada dessas crianças, de suas famílias e de todos os profissionais da Saúde e da Educação que atuam na área das dificuldades escolares”, finaliza Alessandra. 

CÂMARA RECEBE SIMPÓSIO DE TDAH 

Frequente desatenção, dificuldades na escola e no relacionamento com colegas, pais e professores são características comuns na infância e adolescência. Mas, quando acontecem de maneira excessiva, podem ser sintomas do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) – desordem neurobiológica de causas genéticas que geralmente aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida. Os principais sintomas do transtorno são a falta de atenção, extrema dificuldade de concentração, hiperatividade e impulsividade. 

Em 16 de julho, a Câmara Municipal de São Bernardo foi palco do Simpósio de Conscientização sobre o TDAH, organizado pela coordenadora do NEA-FMABC, Alessandra Wajnsztejn, e pelo professor de Neuropediatria do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Rubens Wajnsztejn. Também participaram como palestrantes os especialistas na área Keila Chaves, Elaine de Araujo Piva e Ketlyn Gil Garcia. A abertura contou com o vereador Eduardo Ginez Tudo Azul. 

Quem possui o TDAH tem muita dificuldade em prestar atenção e se concentrar nas atividades escolares, leituras, lição de casa e trabalhos. Um dos sintomas comuns é o fato da criança ou jovem não conseguir ficar parado no lugar, demonstrando claramente o incômodo e o desconforto de ter que permanecer em determinada posição, podendo balançar muito as pernas e falar de forma ininterrupta. 

“Fico feliz em cooperar com a construção de políticas públicas para a melhoria no esclarecimento deste transtorno tão comum, mas não tão explorado da forma que deveria ser, a fim de que possamos gerar mais qualidade de vida e consequentemente melhorar a educação de base das nossas crianças”, declarou Eduardo Ginez Tudo Azul. 

Crédito FUABC

Foto: Alessandra Wajnsztejn, Eduardo Ginez Tudo Azul e Dr. Rubens Wajnsztejn.
Crédito: Divulgação