Atividade foi o pontapé inicial do Diadema Pride Festival e contou com a participação de profissionais do Ambulatório DiaTrans e advogados da OAB

A Fábrica de Cultura de Diadema recebeu cerca de 200 pessoas, entre comunidade trans e profissionais de diversas áreas – no Seminário de Psicologia Trans, que marcou, sexta-feira à noite (12/9), a abertura do Diadema Pride Festival. O evento celebra os 4 anos do Ambulatório DiaTrans, pioneiro na região.

“A população trans é a que mais morre no Brasil, a que mais tem sua saúde mental afetada, seja pelo preconceito, seja por falta de acesso à saúde e à educação”, explicou o médico infectologista, Maiky Prata, que também é sexólogo e atua no ambulatório. “É uma população que resiste para existir. Que busca viver, não apenas sobreviver. E é por isso que estamos aqui”, completou

“A ideia de trazer para setembro várias atividades e comemorações foi justamente para destacar a importância da saúde e da saúde mental para a população LGBT, em especial a população trans”, justificou o coordenador de Políticas de Cidadania e Diversidades, Alan Fernandes.

Mudança de nome
O advogado e presidente da Comissão de Diversidade da OAB/Diadema, Iggor Moreira, foi o primeiro a falar. Ele é parceiro do ambulatório, prestando apoio jurídico para a retificação de nome de usuários e usuárias do serviço. Moreira fez uma breve exposição sobre todo o processo de mudança do nome de registro no cartório, como driblar os custos (que podem passar de R$ 700) e quais os documentos necessários.

“Apesar de todo o processo ter sido facilitado pela atual legislação, sendo preciso apenas procurar o cartório e solicitar a alteração, o custo muitas vezes se torna proibitivo para a maioria das pessoas. Mas na OAB podemos ajudar a buscar na Justiça uma isenção”, disse. Segundo o advogado, a mudança de nome pode diminuir em até 71% os sintomas de depressão grave em pessoas trans.

Ao final de sua palestra, o advogado tirou dúvidas dos presentes e finalizou com a entrega de uma decisão judicial, a qual retificou o nome de uma jovem trans da plateia. Ela subiu ao palco emocionada e chorou ao receber o papel com seu novo nome, Maria Valente.

Em seguida, ocorreu um talk show sobre sexualidade de pessoas trans e travestis com participação da psicóloga clínica, Elaine Belo, especializada em saúde LGBT; do atleta trans Cauê Valverde; do médico Maiky Prata e de Mônica Martins, médica ginecologista especializada em saúde LGBT. A conversa foi apresentada por Wandy Uchôa, estudante de Direito e influencer trans de Diadema.

“Eu sempre fui a ‘chata’ que ficava chamando a atenção para que olhassem por nós, pessoas trans, na área da saúde”, afirmou Wandy. “Agora voltei a estudar para garantir mais direitos para essa população tão invisibilizada.”

Os especialistas responderam dezenas de perguntas dos usuários do ambulatório, recolhidas previamente por um formulário online. A noite terminou com uma confraternização em homenagem ao ambulatório.

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