A luta contra a dependência de cocaína e crack pode em breve ter uma nova aliada: a Calixcoca, uma vacina desenvolvida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os testes pré-clínicos em ratos iniciados em 2015 têm apresentado resultados animadores, com a produção de anticorpos anticocaína no organismo dos animais. Agora, os cientistas estão em busca de recursos para começar os estudos em humanos.

Nos ensaios realizados, a Calixcoca mostrou-se capaz de produzir anticorpos que impedem a cocaína de ultrapassar a barreira cerebral, potencialmente bloqueando os efeitos da droga e a compulsão por seu consumo.

Este avanço da ciência brasileira alcançou destaque internacional, sendo finalista do Prêmio Euro de Inovação em Saúde – América Latina, promovido pela Eurofarma, que premiará o projeto vencedor com 500 mil euros.

Notavelmente, a vacina Calixcoca também demonstrou eficácia na proteção de gestantes dependentes, contribuindo para a redução de abortos espontâneos e possibilitando o ganho de peso dos fetos.

A dependência de cocaína e crack é um grave problema de saúde global, com cerca de 275 milhões de usuários no mundo, dos quais 36 milhões sofrem de transtornos relacionados ao uso dessas substâncias. No Brasil, essas drogas representam 11% de todos os tratamentos de dependência.

A vacina Calixcoca tem o potencial de trazer uma revolução no tratamento da dependência de cocaína e crack, oferecendo esperança para milhões de pessoas e suas famílias afetadas por essa doença devastadora.