BOMBRIL ENTRA COM PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: DÍVIDA É DE R$ 2,3 BILHÕES

BOMBRIL ENTRA COM PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: DÍVIDA É DE R$ 2,3 BILHÕES

A Bombril, cuja sede fica no km 14 da Rodovia Anchieta, no Rudge Ramos, em São Bernardo do Campo, entrou com pedido de recuperação judicial sob a alegação de que passa por dificuldades financeiras. A informação pegou todos de surpresa, pois trata-se de uma das empresas de produtos de limpeza mais tradicionais do Brasil.

A Bombril ficou famosa e ganhou destaque nacional pela fabricação de esponja de aço, além de lançar outras marcas, como o detergente Limpol, o amaciante de roupas Mon Bijou e desinfetantes, entre eles o Pinho Bril e o Kalipto, além do abrasivo Sapólio Radium.

A solicitação de recuperação judicial foi protocolada pela Bombril nesta segunda-feira (10/02), na 1ª Vara Regional Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem. A intenção do pedido é buscar proteção para renegociar seus débitos e evitar a falência da empresa.

As dívidas tributárias totalizam R$ 2,3 bilhões, oriundas de autuações fiscais que vêm se arrastando há décadas. Entre os principais credores estão bancos e instituições financeiras, como Banco ABC Brasil, C6 Bank, Banco Daycoval e Tribanco.

Venda

Na década de 90, depois do falecimento do fundador Roberto Ferreira, a Bombril foi vendida para o grupo italiano Cragnotti & Partners Capital Investments Brasil S.A., liderado pelo empresário Sérgio Cragnotti.

Segundo o documento da recuperação judicial, a nova gestão adotou práticas financeiras arriscadas, entre elas a transferência de recursos para a compra de títulos da dívida americana e argentina.

Essa operação chamou a atenção da Receita Federal e resultou em autuações à empresa com montantes bilionários. Houve uma batalha judicial, mas as dívidas permaneceram, prejudicando a parte financeira da Bombril.

Para piorar a situação, em 2002, a Cragnotti & Partners não cumpriu compromissos relacionados à aquisição da Bombril, e os herdeiros do fundador, Ronaldo Sampaio Ferreira, decidiram entrar com questionamentos judiciais e em 2006, retornaram, mas herdaram uma dívida que se arrasta até hoje.

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