O QUE É SACO DE DOUGLAS? ENTENDA 7 QUESTÕES DA ANATOMIA ÍNTIMA FEMININA LIGADAS AO TEMA

O QUE É SACO DE DOUGLAS? ENTENDA 7 QUESTÕES DA ANATOMIA ÍNTIMA FEMININA LIGADAS AO TEMA

Mulheres com saúde em dia não precisam se preocupar com rompimento da região no ato sexual

Após acontecer um caso fatal por “ruptura de fundo de saco de Douglas com extensão à parede vaginal esquerda”, que causou hemorragia em uma jovem de 19 anos, o termo “Saco de Douglas” passou a ser um dos mais procurado nos buscadores da Internet. Mas, afinal, o que é essa parte do corpo?

Para esclarecer as dúvidas, Dra. Mariana Rosario, ginecologista e obstetra, membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, respondeu 7 perguntas sobre o assunto:

1) O que é Saco de Douglas?

Saco de Douglas, Fundo do Saco de Douglas ou Bolsa de Douglas é uma região do corpo humano situada no baixo abdômen. Na mulher, encontra-se entre o útero e o reto e, no homem, entre a bexiga e o reto (sim, os homens também têm essa parte em sua anatomia).

2) Por que essa parte do corpo tem esse nome?

O Saco de Douglas tem esse nome porque foi descrito em literatura médica, pela primeira vez, pelo anatomista James Douglas, então, recebeu seu nome.

3) Existe alguma doença ligada ao Saco de Douglas?

O Saco de Douglas é uma região que fica localizada entre alguns órgãos importantes, como citei. Por ser uma área do baixo ventre, em alguns casos, pode acumular líquidos. Essa presença de líquidos é mostrada no exame de ultrassom transvaginal e, quando detectada, se houver outros sintomas associados (como dor pélvica), nós pedimos alguns exames complementares para ver se é uma questão momentânea (como algo normal como ovulação, por exemplo) ou se realmente pode haver alguma doença presente, como uma inflamação pélvica.

 4) O Saco de Douglas pode se romper?

O Saco de Douglas pode se romper, mas essa não é uma situação comum.

5) Quando acontece o rompimento do Saco de Douglas?

De modo geral, o rompimento do Saco de Douglas se dá durante um parto em que há uma grande laceração; quando há um trauma por um acidente em que há fratura pélvica; quando há a inserção de um objeto na vagina que cause laceração ou até mesmo durante o ato sexual depois de uma cirurgia recente. Esses são os casos mais comuns, mas não significa que não haja exceções.

6) E quais são as exceções?

O corpo humano é complexo. Doença inflamatória pélvica, grandes extensões de endometriose e outras inflamações podem sensibilizar a área e, durante o esforço sexual, pode haver a ruptura do Saco de Douglas, em casos pouco comuns.

7) As mulheres com saúde normal precisam ficar com medo de manter relações sexuais com parceiros que tenham pênis considerados grandes ou precisam evitar determinadas posições no ato sexual?

Não. A vagina é um órgão elástico e anatomicamente preparada para receber todos os tamanhos de pênis. O tamanho não é um problema, nem como a posição escolhida.

O que as mulheres precisam, sempre, é cuidar da saúde íntima com muita dedicação. Isso inclui fazer ao menos uma visita ao ginecologista ao ano, bem como realizar os exames anuais. Se houver alguma alteração, essa visita aumentará conforme a necessidade. Também é imprescindível utilizar preservativo em todas as relações sexuais, bem como escolher um método contraceptivo adequado à idade e ao seu perfil.

Outro ponto fundamental é o uso de sexy toys: eles são individuais e jamais podem ser compartilhados. Já a lubrificação íntima se faz necessária para que se evitem cortes, dores e incômodos. Se a excitação não foi suficiente para garantir uma lubrificação adequada, existem lubrificantes à base de água que são seguros e não causam alergias ou irritações.

Também é preciso haver segurança e respeito em qualquer relação. Tanto mulheres quanto homens devem impor e respeitar limites. Ninguém pode ou deve suportar desconforto ou dor na relação sexual, porque isso não é normal. Se doer, é melhor parar o ato, conversar com o parceiro e reiniciar em momento mais propício. Respeitar-se e ao outro é o segredo para uma vida sexual ativa e satisfatória. E, caso a dor no ato sexual persista, existe tratamento para ela, basta procurar um ginecologista.

Sobre a Dra. Mariana Rosario

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e formação em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elsimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro do corpo clínico do hospital Albert Einstein, um dos mais renomados do mundo.

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas.

Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

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