São Paulo, o estado mais rico do Brasil, está perdendo a luta contra o contrabando de cigarros. Uma pesquisa do Ipec, realizada em 2022, revela que quase metade (43%) de todos os cigarros vendidos no estado são de origem ilegal. Essa indústria ilícita movimentou uma quantia alarmante de R＄ 2,9 bilhões em São Paulo, resultando em uma perda de R＄ 941 milhões em ICMS para o estado.

No ano passado, a evasão de impostos por conta do contrabando de cigarros ultrapassou os impostos efetivamente arrecadados pelo governo. O cenário é ainda mais preocupante quando se descobre que 85% das vendas de produtos ilegais ocorrem no varejo formal.

Relatório da Receita Federal classifica o cigarro ilegal como o “campeão de apreensões” em 2022. No período de janeiro a dezembro do ano passado, foram apreendidos 3,2 bilhões de cigarros ilegais em todo o Brasil, superando até mesmo apreensões de eletroeletrônicos.

Edson Vismona, presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), destaca a necessidade de conscientizar todos os brasileiros sobre como esses problemas afetam a sociedade. Ele ressalta que a segurança dos cidadãos, a evasão fiscal e o consumo de produtos de baixa qualidade são questões urgentes que precisam ser abordadas.

Vismona defende o apoio a quem atua dentro da legalidade e paga seus impostos corretamente. Além disso, ele enfatiza que a repressão ao mercado ilegal é vital para conter a criminalidade e incentivar a produção legal, que resulta na geração de empregos e renda.

O presidente do FNCP destaca ainda a importância de um sistema fiscal e tributário eficiente que possa contribuir para o combate ao comércio de mercadorias ilícitas. Vismona alerta que aumentos de tributos favorecem o contrabando, que não paga impostos, e assim fortalece a economia ilegal.