QUEM É QUE NÃO SE LEMBRA DO SEU ÂNGELO?
“Buon giorno, pão no forno”. Essa era a saudação do lendário benzedor Sr. Ângelo Florindo, uma figura icônica em nossa cidade. Filho de Laurindo Florindo, também benzedor, Ângelo começou seu ofício na Brasílio Machado. Mais tarde, mudou-se para a Rua Dr. Dupré, travessa da Prestes Maia, onde permaneceu até o fim de sua vida.
O quartinho de madeira onde atendia era repleto de fotos, com o cheiro de arruda no ar. Fichas quadradas de madeira e um quadrinho com a frase “O silêncio é uma prece” compunham o ambiente onde o simpático e sorridente Sr. Ângelo, sempre de toca, sandálias e meias, benzia as pessoas com uma piada na ponta da língua. Ele era um homem de fé.
Sr. Ângelo exercia seu dom e benzia em média quinhentas crianças por dia, acomodando todos em cadeiras no barracão ao lado de sua casa. As pessoas deixavam fotos quando os casos eram graves, e a arruda estava sempre presente.
Uma moradora lembra: “O Sr. Angelo foi o maior benzedor de São Bernardo. Seu pai passou a incumbência para ele depois de décadas de serviços prestados à comunidade, e ele seguiu até seus últimos dias também. Era muito gente boa”.
Antes de levar as crianças ao Pronto Socorro, muitos moradores levavam-nas primeiro ao Seu Ângelo, confiando na sabedoria e fé desse homem que marcou a história de São Bernardo.
E você, se lembra do Seu Ângelo? Tem alguma história com ele? Era na Dupré ou na Gonçalves Dias que ele atendia? Nosso objetivo é não deixar a história da cidade ser esquecida, e personagens como Seu Ângelo marcaram gerações.
Além disso, gostaríamos de conhecer outros benzedores ou benzedeiras do seu bairro ou vila, que mantêm essa tradição viva. Compartilhe conosco nos comentários e ajude-nos a preservar e valorizar a cultura e história de nossa cidade.
Foto de Mônica Melari.