ITAMAR, 68 ANOS, PIPOQUEIRO

ITAMAR, 68 ANOS, PIPOQUEIRO
 
 
É possível sentir aquele cheiro irresistível de manteiga derretida a vários metros de distância. O som do milho estourando na panela soa como música nos ouvidos de quem passa em frente à Praça da Matriz, aqui no Centro de São Bernardo.
Em vão, a pressa rotineira tenta nos impedir de apreciar as sensações mesmo que por alguns poucos segundos. Aqueles que param, totalmente hipnotizados, se deparam com um senhor simpático e de riso fácil. Itamar, de 68 anos, oferece muito mais que uma pipoca saborosa e com gostinho de infância.
Simpatia, um bom bate-papo e histórias da nossa cidade entram como tempero perfeito na iguaria que vende. Tudo pelos olhares de quem tira o próprio sustento vendendo a deliciosa pipoca na Praça da Matriz há mais de 30 anos, em meio ao ritmo agitado e frenético do Centro de São Bernardo.
Mas nem sempre foi assim. Itamar relembra com carinho da época em que saiu de Juiz de Fora, no interior de Minas Gerais, para desembarcar em uma São Bernardo totalmente diferente, 50 anos atrás.
“Tava começando, era mato puro! Quando eu cheguei aqui só tinha essa rua”, conta apontando para a Marechal, hoje transformada no principal ponto comercial da cidade.
Esbanjando vitalidade, o simpático e talentoso pipoqueiro dá a receita para a saúde de ferro: comida de qualidade. “O povo mais antigo se alimentou de tudo original do interior, uma alimentação verdadeira”, diz.
Atualmente, o que o preocupa são as dificuldades impostas pela pandemia do novo Coronavirus. “Caíram todas as vendas, geral. Mas devagarinho a gente vai vencendo”, conclui Itamar, sem perder as esperanças de que tempos melhores estão por vir.
E assim ele permanece ali, na Praça da Matriz, oferecendo sorrisos e uma boa conversa para os que passam acelerados pelo local. Afinal de contas, a melhor e mais deliciosa pipoca de São Bernardo vai muito além de milho, óleo, sal e manteiga.
Foto Gui Marchi
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