Iniciaremos nossa viagem no tempo hoje explorando as origens do Baeta Neves, um dos mais antigos bairros de São Bernardo do Campo. O Baeta Neves foi fundado em 1925 pelo fazendeiro Dr. Luiz Felipe Baeta Neves, de Limeira, a quem deve o seu nome. No passado, sua extensão era significativamente maior, indo até os limites de Santo André e chegando ao atual Jardim do Mar.

Nesses primórdios, a agricultura era a atividade principal. Dr. Luiz Felipe Baeta Neves diversificou ainda mais a economia do local ao instalar uma cerâmica e ao adquirir direitos para a extração de pedras para construção em uma área do Sítio dos Vianas. Ele confiou a administração da propriedade ao Sr. João Versolato, que introduziu a criação de porcos no local.

Contudo, uma peculiaridade fascinante de Baeta Neves foram as primeiras casas do bairro. Os primeiros moradores, sem muitos recursos, construíram suas moradias com tábuas de caixões de madeira, que eram utilizadas para o transporte de automóveis das indústrias locais: Brasmotor (atualmente Brastemp) e Varam Motores (hoje Chrysler). Alguns usavam o caixão inteiro para construir suas casas, criando portas e janelas diretamente na estrutura, muitas vezes escondidas nos lotes mais afastados da Av. Pereira Barreto.

Com o tempo, as condições de vida melhoraram, e as casas de madeira deram lugar a residências de alvenaria. Baeta Neves foi pioneiro na cidade ao introduzir a iluminação pública a vapor de mercúrio. As ruas foram batizadas em homenagem a cidades paulistas, personalidades locais e até a um ex-presidente, como a Av. Getúlio Vargas.

Em 1957, a igreja do Baeta Neves, iniciada em 1953, já estava quase completa, faltando apenas a construção da cúpula. Sua estrutura lembra a da Catedral de São Pedro, em Roma, e foi construída em torno da antiga capela, tão pequena que nem precisou ser demolida imediatamente. Hoje, Baeta Neves é um dos melhores bairros da cidade. Este relato retrata a essência da transformação de uma região e a força de uma comunidade em evolução.